12 de outubro

Eu escrevo porque não consegui falar
Escrevo porque acordei com saudade do teu abraço
Escrevo porque eu não consigo negar
Escrevo porque agora existe laço

Tu é sorte pintada de ironia
É humor que combina com o meu
É riso que preenche sala vazia
É encontro do que se perdeu

Eu escrevo porque você me faz querer
Escrevo porque a saudade não me deixa esquecer
Escrevo porque o tempo precisa correr
Só pra eu te ver de novo.

Confesso minha contradição

(Pai)
Você diz que eu o contradigo
Eu exponho minha opinião
Você diz que também tem o mesmo direito
Eu me calo e ouço o seu não
Sempre você é o senhor da razão
Idéias contrárias às suas são absurdos
Construiu seu próprio mundo
Você fala e os outros são mudos
Sem opinião diferente
Sem voz
Sem discussão inteligente
Você fala
Você está certo
Você me cala
Silencio pra evitar discussão
Furacão aqui dentro
Vomito na escrita a confissão
Confesso
Contradigo
Destruo
Desconstruo as minhas verdades de ontem
Reconstruo as idéias do meu amanhã
Confesso
Não sei como falar com você
Você não sabe me ouvir
Tento manter minha mente sã
Mas é tão difícil com você assim
Você diz que o contradigo
E eu só quero pensar por mim.

Mas eu preciso escrever

Eu preciso, mas ainda não sei como (d)escrever o que se passa aqui dentro. Que seja apenas a bagunça habitual, nada demais, nada mais, nada além. Estranho mesmo sou eu ficar sem palavras.

Era a minha melhor

As palavras se vão quando o coração chora. Sessenta dias. Apenas sessenta dias foram suficientes para mudar tudo. Mudar você. Cegar você. Estendi a mão. Ainda insisti. Em vão.
E eu sinto. Como sempre. Eu sinto, e muito! Em vão.
Silêncio aí fora. Gritos aqui dentro. Em vão.
Sorte! Te desejo sorte. Espero estar errada. Tento calar minha razão. Tento calar o coração também. Em vão. Tudo em vão!

Só espero que sua vida não seja em vão, por você, por quem virá, por quem virou seu mundo, por quem assistirá de longe. Não se deixe ser em vão, por favor!

dreaming is believing

Eu quero ser alguém que realmente fala sobre coisas que eu senti (sinto)...

Se alguém aqui já passou por um momento de escuridão e sobreviveu, Parabéns! 

Você aceita, você lida com isso e segue em frente. 💟 

sou 3

Honestidade, Sinceridade, Intensidade

Tríade que faz de mim eu mesma

Que afasta quem não aprender a conviver

Que assusta quem não entende

E me assusta também.

Honestidade, Sinceridade, Intensidade

Sem rodeios

Sem estórias

Sem meio termo

Apenas verdades.

Honestidade, Sinceridade, Intensidade

Começo, meio e meu fim.

E tenho dito!

é coisinha de Deus
escuridão fez luz
silêncio fez canção
do cair, o aprendizado
do chorar, a alegria
é coisinha de Deus
gente sumida que volta
dançar na chuva
cantar a plenos pulmões
dançar sozinho
é coisinha de Deus
sorrir pro céu
sentar na areia
sentir o vento
olhar o mar
é coisinha de Deus sim!
é coisinha de Deus escrever pra mim, pra ti, pra nós tudim!

Quebra-cabeça

Cada pessoa é um quebra-cabeça, e cabe a cada uma se resolver, se completar, por si mesma. Mais na frente, encontra outra e pode trocar as peças. Assim, fica um pedaço teu em mim e uma peça minha em ti. Aí sim, sem se completar, mas fazendo trocas, de experiências, de carinhos, de amor. Aí sim, cada quebra-cabeça fica pronto de verdade.

Antes de dormir

Talvez eu tenha errado no primeiro dia

Distorcido os sonhos sonhados na infância

Ou me perdido na travessia

Transformado o tudo em irrelevância

Talvez eu tenha errado hoje cedo

Levantei sem o Pai nosso declamar

Corri de mãos dadas com o medo

Deixei as coisas fora do lugar

Talvez eu esteja errando nesse momento

Enquanto desnudo a alma

E me perco nos meus pobres argumentos

Percebo que não será uma noite de calma

Talvez eu erre amanhã e pra sempre

Talvez eu peque mais do que reze

Talvez eu chore mais do que sorria

Talvez eu silencie meu grito de socorro

Talvez eu salve ou perca mais vidas

Talvez eu seja apenas essa inconstância

Talvez eu me transforme em certeza

Um dia.

Problemas de ser uma pessoa intensa, imensa, tensa

Como pode assim tão rápido?
Como não vi acontecer?
Perguntas não param de surgir
E eu não as sei responder
Foram anos de isolamento
Muralha construída para autopreservação
Fuga de qualquer sentimento
Tudo em vão
Talvez seja a hora de parar de fugir
Olhar nos olhos do que me assusta e ficar
Talvez eu deva voltar a sentir
Enfrentar o que foi, é e será
Dessa vez será diferente
Não sou mais quem eu costumava ser
Ainda sinto tudo intensamente
Mas eu aprendi a aprender
Todo dia é uma lição
Ontem eu ainda tinha todo o poder
Hoje, intenso e taquicárdico bate meu coração
Esperando, pagando pra ver
Cansei de sentir sozinha
E você?

adormecer

Uma hora da manhã

Mais uma hora insone

Mais uma hora com lágrimas borrando o escrito no papel

Desisto

O teclado não mancha com algumas lágrimas

Outra vez doeu

Outra vez levei um soco no coração

A porta antes trancada foi aberta

Mas era só mais uma visita

Quatro anos de reclusão não me prepararam pra outra queda

Mas eu sempre levanto

Não posso esquecer o que eu sou de verdade

Tatuada na pele leio minha verdade

Eu vou conseguir de novo

Que sejam dias ou outros quatro anos

Eu sempre levanto

Não será dessa vez que eu vou me afogar

Palavras me levam à superfície

Escrevo

Uma hora da manhã

Mais uma hora insone

Mais uma vez eu tento A-DOR-MECER

Quem é ela?

Ela é exagerada
Ri alto
Fala alto
Canta alto e nem sempre no tom
Estressada
Ansiosa
Exagerada em tudo o que é/faz

Ela é doce
Sabe abraçar apertado
Consolar o choro
Calar quando preciso
Calor
Apelo
É doce amargo na boca de quem não entende

Ela é confusão
Combustão
Incêndio
Palavras sem filtro fogem de seus lábios pequenos
Sem querer, diz
Sem querer, sempre quer
Confusa, decidida, aceitando a confusão de si

Ela é o que eles pensam e o que ninguém vê
Verdades
Outras vezes nem tanto
Idealizaram e se negam a enxergar
Ela é o vento que leva a música que escreve antes de dormir
Poesia e Tempestade
Ela é o que eles pensam e o que ninguém vê...

desconstruir

lua cheia
sopra o vento
pé na areia
renascimento

toca a mesma melodia
grita o coração
vem a nostalgia
canta uma nova canção

lua cheia
grita o coração
pé na areia
canta uma nova canção

sopra o vento
toca a mesma melodia
renascimento
vem a nostalgia

Lua cheia
Luna vazia?

Mar

Imensidão que assusta a razão

Perco-me no seu infinito
É ele que acalma meu coração

É ele quem entende o que não digo

Dá medo olhar tão de perto

Assusta mais ainda não poder observá-lo

Nele eu me enxergo

Eu me perco e retorno a mim

Talvez o que me assuste tanto seja o que me dá paz

Seu azul esverdeado que me contradiz

Seu som e o que ele traz

Em toda visita, um pedaço de mim.

Não consigo dormir

     A minha insônia não tem nome nem sobrenome. Diferente do que eu imaginava, ela não é causada por alguém que bagunçou minha vida toda planejada, nem por alguém que não soube ficar. Não consigo dormir por medo, por lembrar, por esquecer, por não corresponder e por ser.

     Medo de sonhar com a verdade do meu coração. Tantas vezes os sonhos já bateram sem dó na minha cara, anunciando meus sentimentos e segredos em um amplificador. Deitar e sonhar com o que se passa o dia inteiro negando pode ser assustador.

     Medo de lembrar as dores já cicatrizadas e acabar rasgando os pontos dados pelo tempo e pelo esforço. Lembrar do que eu já ouvi, já senti, já vivi que não me fez crescer flor, só desamor, dor.

     Medo de não corresponder às minhas expectativas, sempre tão altas e tão injustas comigo mesma. Às expectativas dos outros, sempre tão hipócritas e sugadores de energia. Medo de não corresponder aos sonhos e promessas feitas a mim mesma anos atrás

     Medo por ser exatamente como eu sou. Motivo de orgulho e das lágrimas que molham meu rosto enquanto escrevo. Por ser tão frágil e, tantas vezes boba, e tão forte ao mesmo tempo (se isso é mesmo possível!). Por ser alguém que sente demais, mesmo depois de chorar noites inteiras por sentir. Por querer a liberdade de ser, apenas. Medo de me perder de mim, outra vez.

     A minha insônia não tem um rosto, não tem cheiro, ela é a soma de uma vida inteira. Uma vida inteira tentando me encaixar num estereótipo que nunca foi meu. É soma dos medos, dos risos frouxos, das músicas cantadas a plenos pulmões, das vitórias, das vezes que não consegui sair da cama, das vezes que não tive insônia, e dos dias que eu fui insônia. É a soma de uma vida inteira lutando pelo direito de ser eu mesma, sem restrições.

     A minha insônia não é minha inimiga. É ela quem me faz pensar e descobrir as verdades em mim escondidas. É ela quem me tira o juízo ao insistir num assunto que quero esquecer. E é ela quem me dá coragem pra tentar mais uma vez, até mesmo agora, no silêncio e na escuridão.

De novo e de novo

Outra vez

Mais uma vez

Cá estou a escrever

Vomitar os segredos do coração

Tentando, sem sucesso, entender

Ouvindo aquela velha canção

Mais uma vez

Outra vez

Paro o desabafo e tento dormir

Coração não concorda e faz lembrar

Penso no que quero deixar ir

Cabeça não aceita e faz sonhar

Desisto de dormir

E volto a escrever

Reticências

Preciso de um ponto final

Reticências

...

Tudo vai ficar bem

"Aquieta minh'alma
Faz meu coração ouvir Tua voz"

Essa é a minha oração cantada nos últimos meses. Vazios.
Não sei se desaprendi a ouvir ou se tranquei demais a porta do meu coração.

"Me chama pra perto
Só assim eu não me sinto só"

Só. Foram tantas as vezes em que me vi, senti só. Mesmo sem estar.
Saudade de Te sentir aqui dentro. Não sentir mais que estou só.

"Quando eu pensar em desistir
Você estará ao meu lado
Me segurando
Me assegurando de que tudo vai ficar bem
Tudo vai ficar bem"

Quantas lutas perdi durante a caminhada até aqui. Quantas vezes eu pensei. Pensei. Foi por tão pouco. Eu quase desisti. Eu quis desistir. Eu parei de insistir. Mas, de alguma forma, Tua mão segurou a minha. Amigos. Família. Um anjo canino. Uma música. Música. Música!
Hoje eu sou guerreira. Luto todos os dias. E, mesmo sem ouvir ou sentir Tua presença como antes, eu sei. Eu luto porque Você me dá forças pra lutar.
Com meu jeito errado e torto, eu luto. Com incertezas e medos, eu luto.
Hoje eu sou guerreira de verdade.
Hoje eu sei que tudo vai ficar bem.
Tudo vai ficar bem.

Barquinho de papel

Um sorriso bobo sem motivo aparente

Uma música não tão nova tocando outra vez

Um jeito de não falar diferente

Uma mania de disfarçar a timidez

Velhos hábitos

Novas histórias.

Um falar desconcertado

Uma urgência de viver

Um medo descontrolado

Uma maneira de não escolher

Velhos hábitos

Novas histórias.

Por fim, ninguém sabe ao certo

Não se ouve uma voz indicando o caminho a seguir

Não se sabe se está longe ou perto

Se é pra ficar ou partir

Velhos hábitos que não morrem

Novas histórias insistem em nascer

Não há mais o que fazer

Apenas seguir.