eu calo, mas sempre escrevo

eu calo, mas sempre escrevo

quarta-feira, 23 de março de 2016

Pés cansados

     Ao ouvir a música Pés cansados de Sandy (sim, Sandy!), eu percebi que ela se encaixa perfeitamente na vida de alguém que retorna a um amor, não a um homem ou a uma mulher, mas ao amor verdadeiro, o Primeiro Amor. Assim, ela se encaixou na minha vida, e pode caber perfeitamente na sua também.
     Depois de tantas idas e vindas, decepções, risos, batalhas perdidas e vitórias, podemos perceber que sem Ele não há ir, não há caminho. Após caminhar pelo deserto, ver o que não gostaríamos e conhecermos a solidão do jeito mais profundo, entendemos que o melhor lugar é onde estávamos, no abraço mais seguro, onde encontramos força pra continuar, pra amar.




Descansando os pés, o coração, a alma
Buscando intimidade com o Primeiro Amor
Aprendendo a viver com calma,
                                                       Luna.





domingo, 20 de março de 2016

A esperança que me devolve

   Hoje eu voltei a usar eu anel de formatura. Após uma semana de dúvidas e medos, que pareceram maiores que os sonhos e a vocação. Voltei a usá-lo não para mostrar ao mundo que eu consegui, mas para lembrar a mim mesma que eu posso. Tantas incertezas sobre um futuro que não só bate à porta como entra e senta ao meu lado no sofá, sem pedir licença alguma. Certeza? Só a de que, seja lá o que esta semana me reserva será o melhor pra mim. Não fui eu quem escolheu a Medicina, aconteceu por um plano maior e melhor que o meu de fazer outra coisa, foi parte do plano DELE.
   A medicina foi e é meu maior pesadelo e o meu amor. Foi durante a faculdade que eu descobri que a minha vida não era tão colorida quanto eu pintava na minha cabeça. Foi ali que eu chorei meu choro mais doloroso até hoje, o choro da descoberta, clara e tão obscura, de que eu precisava de ajuda. Foi em uma daquelas salas de reunião em que eu me li num caso clínico, foi em um corredor dali que eu despi minha alma aos que me ofereceram a mão. Foi durante aqueles longos anos que eu caí, dei um grande passo pra trás, sem entender o porquê, e também foi ali que pude andar dois passos pra frente. Foi/É na medicina que eu descubro quem eu devo ser, todo santo dia!
   O último ano não foi fácil. Os últimos dias muito menos. Talvez amanhã seja tão difícil quanto hoje, mas pode ser mais simples, não há como saber. Em um dia só eu passeio por tantas emoções que fica difícil prever qualquer coisa. O que me consola? Eu não estou sozinha, não sou a única pessoa no mundo a se sentir assim. Tem solução? Sim e não. Mas eu vou tentando até encontrar meu equilíbrio de novo. Eu posso não ser a rainha da estabilidade, mas eu ainda tento achar a melhor medida.
   As coisas não vão ficar mais fáceis, isso eu garanto. O mundo não vai esperar que eu esteja "maravilhosamente ótima 100%" para cobrar algo de mim. A vida vai continuar, esteja eu acima ou abaixo da tênue linha do equilíbrio. E isso é bom. Posso não entender agora, mas saber que tem Alguém cuidando de tudo, acalma. E seja lá o que for acontecer esta semana, eu vou estar com o meu anel de formatura me lembrando que eu posso, porque eu pude, porque eu não escolhi isso, Ele escolheu, e isso já é o bastante.

Buscando entregar toda ansiedade a Quem cuida de tudo,

                                                                                                          Luna.

terça-feira, 15 de março de 2016

E já/ainda é março

O problema são essas vozes. Elas dizem que não dá mais, que não é possível, que já acabou. O problema mesmo são essas dores, nas costas, no corpo todo, no coração. O problema é o cansaço.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Escrever também é terapia

Da série: Coisas que eu queria saber
Será que se eu retornasse toda a carga emocional que jogam em mim as pessoas aguentaria?  Será que...
JC, você suportaria saber que um dos motivos pra eu não voltar é você, as suas palavras e dedos me apontando culpas que você diz que são minhas?
B, você aguentaria saber que você tem sua parcela de culpa por eu ir à terapia também?
JL, você viveria em paz sabendo que a razão por eu desconfiar das pessoas, não acreditar nessa coisa de amor, é por ter crescido vendo o jeito que você vive e trata as pessoas? E essas comparações? Essas predileções? Pra que continuar com essa atuação?
E, você saberia controlar o choro ao saber que, de alguma forma, vocês me fizeram sentir responsável pela sua felicidade?
I, você continuaria igual se soubesse que você era a minha esperança de cumplicidade, depois de tentativas falhas com alguém já citado?
P, você iria mesmo até o fim se soubesse o quanto me pesa ver que você quer continuar a história de quem te criou?
M, você agiria da mesma forma se soubesse que me fez ter medo de tentar outra vez?
Po, você ainda seria uma pessoa estranha se soubesse o quanto acreditei em você e te defendi, e o quanto você me decepcionou em retorno?
Js, você continuaria a milhas de distância se soubesse o quanto, mesmo aqui, você optou por deixar pra lá e esquecer que eu era amiga?
Ti, você ainda seria essa pessoa que prefere se perder se soubesse o que ele me disse? Será que você já não sabe e prefere fingir que não vê? Você ainda escolheria perder o tempo, a vida?

Eu não sei quanto a vocês, mas eu não conseguiria viver bem, eu não conseguiria ser igual, indiferente. Eu realmente estou tentando "segurar esse forninho" que virou incêndio. Só não sei como continuar fazendo isso enquanto TODO mundo joga essa carga toda em cima de mim. Uma hora a gente cansa.